segunda-feira, 14 de março de 2022

Conversas Difíceis

Quantas vezes andamos ali a contornar, a pensar "tenho de lhe dizer, mas não vai ser fácil... ela (a pessoa) vai reagir mal, não vai gostar..."

E ficamos ali, a contornar, a andar à volta a titubear conosco mesmos, porque é "difícil".

Díficil para quem? Habitualmente dizemos que é difícil porque o outro não vai aceitar bem mas, não serei eu a "achar" que é assim?

Andas a remoer algo que sentes que "tens" de dizer ao outro? 

Enche o teu coração de amor, liberta o ego e a competição, pergunta-te "é mesmo necessário ter esta conversa? Vai acrescentar e curar?" 

Ou será apenas uma necessidade do teu ego de deitar fora, para cima dos outros, as tuas emoções que não sabes ainda como lidar nem como reconhecer?

Observa-te primeiro, cura em ti, para poderes depois levar ao outro apenas o que é necessário para ele. Não para ferires porque te sentes ferido ou amargo, não para minimizares para te sentires superior, não para castigares porque julgas o outro em falta.

Se não é para acrescentar, para iluminar e esclarecer, para expressar gratidão e por Amor, é inútil teres a conversa difícil.




quinta-feira, 3 de março de 2022

Acaso

 É engraçado como funciona esta ideia do "por acaso".

Será por acaso ou será que o acaso se criou para tornar real o necessário?

Voltei! Bem vinda Eu!

A necessidade de escrever no blog as tais inutilidades que não cabem cá dentro. Necessidade que se sentia mas não se predispunha a satisfazer.

Então, o acaso trouxe-me aqui de novo. Oh como gosto de cá estar! A minha gratidão Acaso!

Agora que voltei vou tentar não me afastar, vencer a inércia... Tenho demasiado aqui dentro para partilhar. Tanto que o Caminho me trouxe que estou cheia e preciso de deixar ir. Conversar com a lua, trazer à luz de cada dia o que se revelar na noite.

Vou só ali e já volto.

Até já

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Apatia

Não me conheço nem sei onde estou, ou seja não estou Eu...

Há uns dias largos já que não me encontro, pelo menos não encontro quem sentia Ser. De repente, como se uma porta que se abrisse para uma ventania tão poderosa que nem ouso cruzar o umbral. Não é por medo que o vento me leve, ao contrário isso seria uma aventura, entrar no centro do furacão e deixar-me rodopiar... que aventura! E anseio por aventuras divertidas, ou ansiava pelo menos, aquela Eu que conhecia bem. Se não é por medo, será por inércia? Ou por prudência? Eu?! Prudência? Ná, essa não sou eu...

É mesmo prudência, dizes Tu dentro da minha cabeça. Tens de te preparar primeiro, dá-te espaço para sentires o poder do vento. Reforça os "músculos" e prepara-te para entrares no furacão. Liberta o passado, liberta todos os apegos, tudo o que te pesa e rouba destreza e força. Reforça a Fé, reforça o Amor. Só depois podes avançar.

Concordo. Mas e se... E se não existe aqui. Prepara-te como te disse, esquece o tempo, não há prazos isso é "coisa" vossa aí nesse plano. De repente, nem percebes como ou porquê avanças o pé e entras. E vais ver como fica tudo certo. Pára de procurar, pára de querer entender e saber. Abre o teu coração. Eu estou aqui, estamos todos aqui para ti.



sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Percepções

É preciso muito cuidado com o que se deseja... mas ainda assim Grata pela resposta tão veloz.

Hoje entendo um pouco melhor do que ontem que nunca estamos sós. Os que nos amam verdadeiramente estão sempre connosco, mesmo quando já superaram este plano físico. Grata Queridos pela vossa demonstração de Amor e Presença e pela vossa ajuda. Manifestem-se e ajudem-me a saber Amar e doar-me.

Ultrapassar esta dimensão humana é um desejo cada vez maior. Sei que o momento há-de chegar e, até lá, terei de saber cumprir o Projecto a que esta Alma se propôs. Saberei fazê-lo? Ajudem-me e eu tentarei cumprir com a minha parte. 

Não posso negar a Tristeza, ela impõe-se apesar de quanto me esforço. O coração está pequenino e frágil, quer defender-se por isso fecha-se e endurece em cada momento. A batalha é para o manter vivo, aberto, sobre-humano e amoroso mas falta-me ânimo e foco. Talvez me falte o tal "significado" como me disseram ontem e ainda não entendi. Está a doer muito esta tristeza e a impossibilidade de a deixar correr livre, sem as barreiras que me imponho. Sim, eu sei que sou eu que me imponho. Há um rio represado em mim que ainda não consegui colocar a correr de novo.

Os Anjos dizem que a escolha é o Amor. A dimensão humana tem dificuldade em fazer isso, vibrar em total doação de Amor quando à volta não sente esse retorno. Estou muito mais sensível, eu sei, mas não posso negar o que sinto porque me entra pela pele, torna-se inegável. Não saberei eu distribuir Amor? Estarei a fechar e a deixar endurecer este coração demasiado? Amar incondicionalmente sempre foi fácil para mim. Que está a acontecer comigo?  Ajudem-me!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Desapego

Como dói e desestabiliza este processo do desapego! 

Mas é fundamental fazê-lo, apego e expectativas trazem sofrimento acrescido. Fazem ficar à espera dum retorno que não tem porque existir. O único Amor é  incondicional, sem apego nem expectativa, dizes-me. Eu sei mas... é fácil saber e compreender, difícil mesmo é integrar nesta dimensão humana.

Este saber de que basta estar só em mim e Contigo, de que ninguém de fora pode trazer algo que não encontre aqui dentro é difícil de integrar. A interacção com os outros é necessária "não é bom que o Homem esteja só". Então porque fico cada vez mais só? Afasto o Outro de mim? Ou faço-me ver como o Rochedo e a ninguém faz sentido servir-me de Amigo? 

É difícil deixar ir sozinha! Sinto falta de presença humana, duma voz amiga que me garanta que está tudo bem, dum abraço forte que me diga que nunca estou só, que me ajude a libertar restos da Tristeza que ainda moram neste coração dolorido. 

Quem me empresta uns ouvidos plenos de Amor que me permitam ouvir-me e perceber o quê e como?... Olho à volta e cada um está centrado em si mesmo, e se me olham ou falam é apenas à espera que seja ainda eu quem lhes leva algo mais que acreditam precisar.

E assim me adormeço, me isolo por escolha, deixo ir a vontade de agir e o interesse seja pelo que for. Nada vibra em mim. Como se todas as cordas que trago comigo continuamente a vibrar, de repente tivessem ficado soltas. 

Porque sinto ainda tanto esta falta duma força humana vinda de algum lado exterior a mim e a Ti? A falta duma presença amiga que me ajude a focar e a libertar o que há para ser libertado, que aceite o que sou e me diga, em Compaixão e Verdade, o que ainda não consigo perceber.

Manifesta-Te, comunica comigo, mostra-me como chegar até mim de novo e ficar lá, em paz, plena. Sabes que já conheço esse lugar, ajuda-me a regressar a ele.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Integração

Estava mesmo em fuga, tinhas razão. Integrei.

Ontem foi um dia mais especial, revelador, luminoso. Integrei a razão da zanga e do mal-estar. Estava mesmo zangada, a vibrar de novo no medo da perda, do abandono e a proteger-me. De repente, palavras ditas com outra intenção trouxeram-me a consciência plena, como um filme que se desenrolou à frente dos meus olhos entendi! Que Alegria!

Integrei a minha dependência, o medo, a necessidade de me proteger desligando-me, afastando-me, matando o sentir. De novo, a cobrir o coração com a película de plástico. Depois percebi o Amor, fiquei em Paz e assim chegou a Consciência. Compreendi e integrei. Estou livre de novo. Integrei finalmente o padrão da Lua em Escorpião: tudo ou nada sem ponto de equilíbrio. O padrão que despoleta o medo de estar só. Porque tinha de nascer com esta característica tão forte da Personalidade?  Entendê-la em cada segundo e deixar de vibrar no medo que a resposta subconsciente provoca, é isto que me peço, estar verdadeiramente presente em cada segundo de mim. Ser em vez de temer, ficar e Amar em vez de fugir e me proteger. 

Alegria! Gratidão! Bem hajas, Amigo Luminoso e pleno de Amor!

Há ainda a dependência para ser libertada, pois a paz só chegou quando senti o Amor e percebi que nada havia a perder. As personas escolhem como vivem, as Almas nunca se distanciam, haja o que houver, espaço ou tempo são conceitos da persona, não interferem na Alma.

Sou capaz, sou total, a Alma é ilimitada mas a persona não a quer deixar Ser. Há-de deixar...



terça-feira, 30 de outubro de 2012

Primeiro dia

Hoje é o primeiro dia do novo ciclo, como foi ontem e amanhã há-de ser, talvez... Revelações constantes em cada momento, estou a gostar. É demasiado para ficar tudo cá dentro, por isso te conto. É como escrever só para mim, mais ninguém vai ler.

O mote é o silêncio, escrever para ti é como estar em silêncio. Tranquiliza a mente e traz mais luz. Estas paginas são rosas onde coloco cada sentir. Nem sei como fiquei tanto tempo longe, como me privei duma parte tão importante de mim.

Ainda estou de luto, continuo a chorar a perda mas sem "pena", sem dependência nem apego.  Em breve vai ficar só uma recordação do que foi, sem saudade nem ressentimento. 

O Anjo da Visão disse-me: "Alguém não está a revelar uma parte da história. Confia na tua intuição acerca daquilo que os outros dizem". Ainda não integrei totalmente a mensagem, é um teste do Universo. Sou eu que não consigo compreender a parte que falta da história?! É alguém que está a ocultar o que é importante? O caminho é meu apenas, de fora só vem o reflexo do que preciso de ver, cada Ser está apenas e só a agir para si mesmo. Se ressoa em mim de algum modo é porque há ali um reflexo que tenho de entender. Vou entender. Estou focada e centrada em mim. É só fazer acontecer o que escolho e desejo. Fundamental é não me ligar na mente negativa, não me deixar afundar na ilusão. 

Estou em paz e feliz por mim. 

Heartstorming

- Estás em fuga, de novo! - Gritaste-me ao ouvido (começo a habituar-me aos teus gritos...). - Estou?!... Não estou nada. Hum... estarei?! Preciso de ir ver.

Entrei de mansinho, estava tudo como tinha deixado: luminoso, vivo, quente... humano. Frágil e receptivo, sem falsas protecções. Senti o pulsar quente, um incómodo no peito centrou-me a atenção. O pulsar disparou, sentia agora nos ouvidos e na garganta. Estou em paz, disse. Inspirei e relaxou. 

Fui à procura do velho padrão: a Fuga. Relaxei a mente e deixei que a dialéctica começasse.

- Sentiste-te ferida e recolheste à concha... é o mesmo de sempre!

- É verdade, começou por aí. A diferença desta vez é que optei por não esconder nada de mim mesma. Senti a mágoa e não me fechei, não me protegi, não me deixei endurecer. Percebi a zanga, aceitei e estou a libertar.

- Ora... então porque ages diferente? Porque te comportas como uma criança mimada? Porque dizes disparates que não deves. Porque pões essa cara?

- Calma, ainda sou humana, estou a deixar curar. Demora um tempo. Estou plena de Amor, aprendi a respeitar as minhas características. Já não dependo de ser perfeita, a qualquer preço. Não sentes como estou em paz? Não sentes como aceito e estou a libertar todo o apego e toda a dependência. Estou focada. A aceitar o que É, a permitir-me ser, presente em mim.

Não estou "em fuga" como disseste. Estou em consciência. Estou. Apenas. Em silêncio.


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Regresso

Olá amigo silencioso, voltei!

As tuas páginas em branco fizeram-me falta, mas enquanto os ouvidos que sentia amorosos e em sintonia te foram substituindo, fui-me escusando ao mergulho na essência.

Hoje fechou-se um ciclo, rompeu-se o pacto que se desejava eterno. Ilusão!

Como se as personalidades fossem eternas. Na dualidade tudo muda a cada instante. 

Ainda sinto apego, por isso esta dor no peito, tão forte. Este rasgar da dor de perda. Ilusão de novo. As Essências não se separam, só os egos se afastam. 
E ainda assim, como dói! 

Sinto a ausência da partilha, da sintonia, das longas conversas reveladoras. Sentidas. Iluminadas. É apego ainda.

Mas estou em paz, sei que vai deixar de doer. Já não vou precisar de esconder a cicatriz com capas perfeitas e ilusórias ou de cravar mais espinhos. A dor é só minha, de mim nada preciso de esconder. Aprendi a aceitar que dói, já sei libertar e deixar ir em Amor. 

Entreguei dedicação, respeito, apoio, partilha, presença, sintonia. Libertei as defesas e abri o coração à amizade fraterna, mas esperei receber na mesma dimensão. O equívoco foi a expectativa.

Estou de novo só comigo, regressei à Origem. É onde tenho de estar.

Estou mais forte, mais íntegra. Grata pelo que foi, feliz pelo que me trouxe. Em paz.

Começa um novo ciclo.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Viagem

Deve ser a tricentésima vez na ultima semana que abro esta janela e fico aqui a olhar para a página em branco, à espera de a ver encher-se das palavras que me povoam as ideias. Elas estão aqui a pedir para sair mas... das duas uma, ou não consigo alinhar frases lógicas com elas, ou não consigo decidir por qual começar.

Hoje decido não escolher, vou deixá-las sair pelo dedos, a ver que acontece.

Foi o meu aniversário, aquele dia magnifico e fundamental que dá o início a cada novo ano. Preparo-me sempre com a devida antecipação, até sinto borboletas no estômago. Como quando nos preparamos para desembrulhar um presente sem saber o que está dentro da caixa, expectantes e felizes logo desde o momento em que começamos a desatar a fita. Não há ansiedade e, se há expectativa, não há qualquer pressuposto.

É onde estou agora, desta vez junta-se uma sensação nova: há urgência em saber o que contém a caixa; que vai sair de lá, desta vez, que irá dar o mote a este novo ano?

Vou tirando a tampa devagar, aos poucos e com cuidado. Sinto a força da revelação, temo não a entender num relance, e vou tentando perceber pelo relevo do embrulho irregular, apalpando ás cegas a forma. A ver se adivinho o conteúdo sem o revelar por inteiro duma só vez, não vá ser demasiado o presente para mãos tão pequenas segurarem.

Sinto que é um caminho que adivinho longo e íngreme e foco-me no que sinto.

Compassiva, a memória traz uma sensação antiga, tão mais agradável quanto inesperada. Muitos com certeza que a conhecem: inicia-se uma caminhada que ao primeiro passo é interminável. Depois o pensamento divaga para longe dos pés, a atenção centra-se na paisagem. 

De repente, quando damos novamente por nós, reparamos que tanta estrada ficou já para trás e percorrida sem esforço. As pernas ficam mais leves, recupera-se o alento e galga-se outra etapa... 

Afinal, as distâncias não contam! Brilham os olhos - o prazer está no que se encontra no Caminho!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Ser

"Ser" é uma palavrinha pequenininha de três letras, como "sim" ou "não". E, no entanto, tem lá dentro a dimensão de Tudo.

Ser é muito mais do que sentir, do que querer, e passa muito para além do ter. Ser é ficar em Si, lembrar-se que se É e que tudo está e existe ali mesmo. Ser é estar nos outros e com eles e nunca deixar de Ser. Ser é acreditar que se está, existe, pensa, sente, vive. Ser é Eu na fusão do Nós.

Ser é não se perder na dor, não ficar na emoção, não se perder nos outros à procura de quem se é. Ser é agir livre, sem pendências nem dependências, sem prisões nem freios criados no não Ser. Ser é Amor, total, livre, pleno e instintivo. Ser é dar-se em Amor na plenitude da partilha, aceitar e amar como se É.

Ser é seguir sempre em frente, sem olhar por cima do ombro, é pisar firme em cada passo, trilhar o caminho que se escolhe e aceitar que se É, apenas e só, porque Ser é Tudo.

domingo, 3 de abril de 2011

Amigo

Ter um Amigo é uma bênção enorme!

Não há coração pesado, dúvida ou falta de perspectiva que uma boa conversa com um Amigo, não consiga iluminar.

Para descascar raciocínios mais borbulhantes do que água "castelo" quando se agita a garrafa, nada como um amigo sábio, pensador sensato e estruturado. Mesmo quando se percebe que as camadas de emoções, pensamentos e palavras que se vão formulando são alvo de julgamento e crítica, ainda assim, é maravilhoso.

Quem duvida das próprias conclusões, pensar sozinho é um exercício difícil e pouco produtivo. Graças pelo Amigo, mesmo se julgar, mesmo se é pouco compassivo nos comentários que silencia de palavras. Mesmo quando permite que fique ainda dúvida, seja pela omissão que não se entende ou pela silenciosa ironia que se sente.

Mesmo assim, que bênção e fortuna! Bem hajas Amigo!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Despropósito

Tantas as vezes que me sento à frente dum monitor vazio à espera que flua de mim algo que percebo existe mas não sei o que é, apenas sei quanto pesa cá dentro.

Hoje é uma dessas vezes, nem devia estar aqui mas a dormir, a deixar descansar o corpo físico que em vários aspectos clama pelo seu direito ao repouso. Mas há cá dentro algo que quer sair, tenho de lhe abrir a porta.

Interessante como são os seres que mais amamos, os instrumentos que nos podem causar maior mágoa.

Desde que, conscientemente, trilho o caminho da evolução que agradeço cada frase, palavra ou gesto que me chega, seja de amigos ou não. Sejam palavras de encorajamento, de censura ou raiva, a todas acolho com amor e gratidão por entender tratarem-se de mensagens que, com certeza, preciso de ouvir, de novas aprendizagens que vêm aumentar a minha consciência e, como tal, engrandecer-me.

Ouço-as, recebo-as, penso nelas, deixo-me envolver pela energia que trazem e fico neste processo até entender a mensagem que encerram. Quando entendo, aprendo a lição e agradeço, guardo na memória consciente e liberto a energia que trouxeram.

Dito assim quase parece algo muito demorado, regra geral não é. Penso rápido, costumo dizer, qual "penso rápido" de tapar feridas ligeiras. Entendo à mesma velocidade, muitas vezes mais depressa do que o raciocínio demora a formular-se e, certamente, muito mais rápido do que demora a escrever.

Não são essas as palavras que magoam, sejam pronunciadas em consciência ou, por "acaso" da língua que as formula, trazem sempre a energia do Amor, por isso engrandecem-me e engrandecem quem as pronuncia.

As que magoam são outras, são as que se sentem desnecessárias, que repetem aspectos inúteis para quem se destinam e nada acrescentam ao bem maior tanto de quem as diz, como de quem as ouve.

Certamente, são pronunciadas por uma qualquer necessidade do emissor, mas se vêm vazias de Amor, se são ditas apenas para ferir ou libertar qualquer emoção doente melhor seria calá-las, digo eu...

Recebemos o que damos, fico a pensar que não devo ser isenta. Em outros momentos idos terei com certeza criado esta energia que atraiu, só agora, algo que já não faz sentido e que, por tanta inutilidade e despropósito, magoa.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Equívocos

"Sem falar ninguém se entende!"...

E, afinal, cada vez percebo melhor que por falar menos nos entendem. Melhor calar, digo eu, mais ainda se falta a confiança para por a nú a alma que se iluminou. É ego, diriam, é vaidade afirmariam... Agora, sei que a essência da Verdade está muito para além de tudo isso, limitada somente pela reduzida compreensão da pequeníssima dimensão humana.

Perceber o que se sente, saber o que e como vai acontecer e entender que está tudo muito para além de egos, vaidades ou meros quereres humanos. Está escrito no céu, e "quando Deus quer e o homem não quer, há-de ser como Deus quiser".

De nada adianta inventar que se pode sempre mudar o curso das coisas, que a escolha é nossa, que em cada momento podemos criar uma realidade nova, escolher outro rumo, escolher outras pessoas. Que equívoco!

Por momentos persiste a ilusão de que se pode fazer acontecer, de que se pode decidir e optar, que equívoco! Se acontece, como acontece, é porque está em sintonia e serve ao propósito definido.

O corpo é apenas físico e tão pequeno, limitado e maltratado. Reger o curso da vida em função dele é um enorme desperdício de energia. Pobres humanos que se submetem aos desejos do que é efémero e num segundo se volatiliza. Sempre a querer ou a desejar alguma coisa ou alguém. Perde-se tanta energia a cobiçar: o que o outro é ou tem, alguém que por nos espevitar a libido se pensa que nos vai preencher vazios, massajar o ego e alimentar vaidades. Faz-se depender de outros a nossa alegria e auto-estima, espreita-se em cada olhar a aprovação e reconhecimento, que equívoco!

Tudo está apenas na Alma que se ilumina quando se une à Fonte. Somos todos Um, unidos para formar uma só Consciência, Universal e Colectiva, a Verdade da existência de Deus.

Enquanto andarmos a desperdiçar a nossa energia, a colocá-la nos outros para sermos vistos e amados porque sozinhos não sabemos quem somos nem sabemos amar-nos, estamos a manipular o fluir da Vida. A impedir que cada um seja o Ser, inteiro e intacto, a Parte essencial para constituir o Todo.

Servir o propósito colectivo da Ascensão é levar a todos a consciência da divindade que cada um traz em si, nenhum melhor do que o outro, apenas uns mais avançados em consciência. Elevar a nossa vibração é o nosso propósito neste corpo, pois a missão que nos foi dada é exigente, porém uma distinção engrandecedora.

terça-feira, 22 de março de 2011

Inutilidades

Há dias assim, passam sem deixar marca, inúteis no correr do relógio. Dias em que apetecia fazer e nada sai feito, em que as palavras se falam vazias do significado que se sente. Chamo-lhes dias de pausa no tempo.

É para esses dias, em que as palavras sobram na cabeça e faltam na língua, que criei este blog. Para ir deixando ficar fora o que já não cabe dentro, faz mossa, incomoda e ocupa o espaço que se quer vazio para ser útil.

É um blog de inutilidades, partilhadas ou apenas a frio, de "mim para comim". Se alguém as ler e a alguém fizer sentido, tanto melhor. Caso contrário, serve com certeza o propósito para que foi criado: reciclar inutilidades.