Tantas as vezes que me sento à frente dum monitor vazio à espera que flua de mim algo que percebo existe mas não sei o que é, apenas sei quanto pesa cá dentro.
Hoje é uma dessas vezes, nem devia estar aqui mas a dormir, a deixar descansar o corpo físico que em vários aspectos clama pelo seu direito ao repouso. Mas há cá dentro algo que quer sair, tenho de lhe abrir a porta.
Interessante como são os seres que mais amamos, os instrumentos que nos podem causar maior mágoa.
Desde que, conscientemente, trilho o caminho da evolução que agradeço cada frase, palavra ou gesto que me chega, seja de amigos ou não. Sejam palavras de encorajamento, de censura ou raiva, a todas acolho com amor e gratidão por entender tratarem-se de mensagens que, com certeza, preciso de ouvir, de novas aprendizagens que vêm aumentar a minha consciência e, como tal, engrandecer-me.
Ouço-as, recebo-as, penso nelas, deixo-me envolver pela energia que trazem e fico neste processo até entender a mensagem que encerram. Quando entendo, aprendo a lição e agradeço, guardo na memória consciente e liberto a energia que trouxeram.
Dito assim quase parece algo muito demorado, regra geral não é. Penso rápido, costumo dizer, qual "penso rápido" de tapar feridas ligeiras. Entendo à mesma velocidade, muitas vezes mais depressa do que o raciocínio demora a formular-se e, certamente, muito mais rápido do que demora a escrever.
Não são essas as palavras que magoam, sejam pronunciadas em consciência ou, por "acaso" da língua que as formula, trazem sempre a energia do Amor, por isso engrandecem-me e engrandecem quem as pronuncia.
As que magoam são outras, são as que se sentem desnecessárias, que repetem aspectos inúteis para quem se destinam e nada acrescentam ao bem maior tanto de quem as diz, como de quem as ouve.
Certamente, são pronunciadas por uma qualquer necessidade do emissor, mas se vêm vazias de Amor, se são ditas apenas para ferir ou libertar qualquer emoção doente melhor seria calá-las, digo eu...
Recebemos o que damos, fico a pensar que não devo ser isenta. Em outros momentos idos terei com certeza criado esta energia que atraiu, só agora, algo que já não faz sentido e que, por tanta inutilidade e despropósito, magoa.
Sem comentários:
Enviar um comentário