terça-feira, 30 de outubro de 2012

Heartstorming

- Estás em fuga, de novo! - Gritaste-me ao ouvido (começo a habituar-me aos teus gritos...). - Estou?!... Não estou nada. Hum... estarei?! Preciso de ir ver.

Entrei de mansinho, estava tudo como tinha deixado: luminoso, vivo, quente... humano. Frágil e receptivo, sem falsas protecções. Senti o pulsar quente, um incómodo no peito centrou-me a atenção. O pulsar disparou, sentia agora nos ouvidos e na garganta. Estou em paz, disse. Inspirei e relaxou. 

Fui à procura do velho padrão: a Fuga. Relaxei a mente e deixei que a dialéctica começasse.

- Sentiste-te ferida e recolheste à concha... é o mesmo de sempre!

- É verdade, começou por aí. A diferença desta vez é que optei por não esconder nada de mim mesma. Senti a mágoa e não me fechei, não me protegi, não me deixei endurecer. Percebi a zanga, aceitei e estou a libertar.

- Ora... então porque ages diferente? Porque te comportas como uma criança mimada? Porque dizes disparates que não deves. Porque pões essa cara?

- Calma, ainda sou humana, estou a deixar curar. Demora um tempo. Estou plena de Amor, aprendi a respeitar as minhas características. Já não dependo de ser perfeita, a qualquer preço. Não sentes como estou em paz? Não sentes como aceito e estou a libertar todo o apego e toda a dependência. Estou focada. A aceitar o que É, a permitir-me ser, presente em mim.

Não estou "em fuga" como disseste. Estou em consciência. Estou. Apenas. Em silêncio.


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